Lugares comuns
Hoje estive a conversar com uma amiga (creio que ainda a posso considerar assim) com quem ja nao conversava literalmente ha anos. Fomos melhores amigas algures na secundaria e deixamos de nos falar nao so por circunstancias da vida, mas tambem por circunstancias da adolescencia. Nao sei se ela se lembra... se se esquecei, se prefere ter esquecido... ha imensas coisas que ela parece preferir nao lembrar (pode ser mecanismo de defesa, pode ser impressao minha).
Ela tornou-se psicologa... e nao consegue conversar sem analisar tudo. Somos virtualmente estranhas uma a outra hoje. E na realidade nao creio que apesar de termos sido tao proximas ela alguma vez me conheceu bem. A minha historia, isto e.
Pois hoje contei-lhe parte dela. Algumas coisas que creio foram novidade. Contei de forma emocional e desorganizada. Nao tenho as minhas emocoes bem engavetadas, e creio cada vez menos em mecanismos de defesa.
Claro que ela aventurou alguns diagnosticos... nenhum fora do comum. Nada que eu nao saiba, nao tenha ouvido ou nao tenha pensado. O que eu chamarei dos meus lugares comuns.
Se tinha alguma vez considerado terapia (na sua opiniao toda gente deveria fazer terapia).
Que ela me permitiria melhorar a minha auto-estima e ajudar-me-ia a gostar mais de mim (e pareceu ceptica quando lhe assegurei que gostava de mim mesma).
Que se calhar me entrego demais nas relacoes e nao me permito conhecer o meu parceiro...
Nao entrego qual e o medo com a entrega... que medo tem o pessoal de se entregar. Se querem amar, acho que o mais natural e se entregarem. Se nao confiarmos no nosso parceiro em quem mais vamos confiar? Claro que corremos o risco de ser magoados... mas os nossos pais tambem sao supostos amar-nos incondicionalmente, e ja vimos que tipo de estragos emocionais eles sao capazes...
Nao... sei que me entrego, mas nao creio que isso me impeca de conhecer o meu parceiro. Alias, creio que faco as duas coisas: entrego-me e prescruto (e e o prescrutar que muitas vezes me coloca em problemas). Aparentemente conhecer a fundo as pessoas de quem se e intimo e um pecado capital no romance. A aparencia imediata e excessiva intensidade e seriedade. Como gosta esta gente de superficialidade.
Quanto a gostar de mim... Creio que ninguem e constante... antes eu gostava menos mais tempo e mais menos tempo. Agoro gosto a maioria do tempo; acho-me realizada, cheguei onde programei ou sonhei ou esperava chegar (batalhando ou nao - muitas vezes acho que nao foi tao dificil assim); mas a verdade e que mesmo onde ha sucesso ha crise. Nao se pode parar de questionar e melhorar. E depois de crises a claridade e o crescimento compensam as duvidas. A emocionalidade, a irracionalidade, a irritabilidade e tudo de inesperado sao as melhores chaves para o crescimento. Todos os dias sao campos de batalha internos. E e a unica guerra que nao devemos ter medo.
Quanto a terapia... por muito que acredite que os profissionais terapeuticos possam ser de grande ajuda... creio que preciso de alguem muito especial, como terapeuta, tanto como qualquer outra coisa. Preciso de muito mais que lugares comuns. Aos lugares comuns posso eu chegar.
E se quem sou e o que tenho ca dentro me impede de manter quem quer que seja ao meu lado, porque pensar imediatamente que eu tenho que mudar? Se eu mudar deixo de ser eu... e a vida tem que ser mais que uma adaptacao constante ao outro... Alguem tem que querer adaptar-se a mim tambem. Que terapeuta diz aos meus homens que se calhar a culpa de nao conseguirem ficar comigo e deles?
Hoje e um dia que gosto de mim. Hoje sou quem sempre quis ser. Hoje sou feliz assim. Hoje nao preciso de terapia. Pelo menos nao de terapia comum. Hoje os lugares comuns nao me assustam.
Ela tornou-se psicologa... e nao consegue conversar sem analisar tudo. Somos virtualmente estranhas uma a outra hoje. E na realidade nao creio que apesar de termos sido tao proximas ela alguma vez me conheceu bem. A minha historia, isto e.
Pois hoje contei-lhe parte dela. Algumas coisas que creio foram novidade. Contei de forma emocional e desorganizada. Nao tenho as minhas emocoes bem engavetadas, e creio cada vez menos em mecanismos de defesa.
Claro que ela aventurou alguns diagnosticos... nenhum fora do comum. Nada que eu nao saiba, nao tenha ouvido ou nao tenha pensado. O que eu chamarei dos meus lugares comuns.
Se tinha alguma vez considerado terapia (na sua opiniao toda gente deveria fazer terapia).
Que ela me permitiria melhorar a minha auto-estima e ajudar-me-ia a gostar mais de mim (e pareceu ceptica quando lhe assegurei que gostava de mim mesma).
Que se calhar me entrego demais nas relacoes e nao me permito conhecer o meu parceiro...
Nao entrego qual e o medo com a entrega... que medo tem o pessoal de se entregar. Se querem amar, acho que o mais natural e se entregarem. Se nao confiarmos no nosso parceiro em quem mais vamos confiar? Claro que corremos o risco de ser magoados... mas os nossos pais tambem sao supostos amar-nos incondicionalmente, e ja vimos que tipo de estragos emocionais eles sao capazes...
Nao... sei que me entrego, mas nao creio que isso me impeca de conhecer o meu parceiro. Alias, creio que faco as duas coisas: entrego-me e prescruto (e e o prescrutar que muitas vezes me coloca em problemas). Aparentemente conhecer a fundo as pessoas de quem se e intimo e um pecado capital no romance. A aparencia imediata e excessiva intensidade e seriedade. Como gosta esta gente de superficialidade.
Quanto a gostar de mim... Creio que ninguem e constante... antes eu gostava menos mais tempo e mais menos tempo. Agoro gosto a maioria do tempo; acho-me realizada, cheguei onde programei ou sonhei ou esperava chegar (batalhando ou nao - muitas vezes acho que nao foi tao dificil assim); mas a verdade e que mesmo onde ha sucesso ha crise. Nao se pode parar de questionar e melhorar. E depois de crises a claridade e o crescimento compensam as duvidas. A emocionalidade, a irracionalidade, a irritabilidade e tudo de inesperado sao as melhores chaves para o crescimento. Todos os dias sao campos de batalha internos. E e a unica guerra que nao devemos ter medo.
Quanto a terapia... por muito que acredite que os profissionais terapeuticos possam ser de grande ajuda... creio que preciso de alguem muito especial, como terapeuta, tanto como qualquer outra coisa. Preciso de muito mais que lugares comuns. Aos lugares comuns posso eu chegar.
E se quem sou e o que tenho ca dentro me impede de manter quem quer que seja ao meu lado, porque pensar imediatamente que eu tenho que mudar? Se eu mudar deixo de ser eu... e a vida tem que ser mais que uma adaptacao constante ao outro... Alguem tem que querer adaptar-se a mim tambem. Que terapeuta diz aos meus homens que se calhar a culpa de nao conseguirem ficar comigo e deles?
Hoje e um dia que gosto de mim. Hoje sou quem sempre quis ser. Hoje sou feliz assim. Hoje nao preciso de terapia. Pelo menos nao de terapia comum. Hoje os lugares comuns nao me assustam.
1 Comments:
" Hoje os lugares comuns nao me assustam". Isso e o mais importante!!!Gostaria de me sentir assim...hoje...
Bjs meus
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